Loucosporneve Portugal

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Snowtrip: Destino Portugal

 
Rider: Miguel Brito
Foto: Luis Silverio
 
Texto por Miguel Brito
 
Uma snowtrip a Portugal? Muitos pensariam que estamos a brincar. Portugal costuma ser associado ao futebol, ao Cristiano Ronaldo ou a surfspots e surfcamps na costa litoral do oceano atlântico. Alguns de nós sabem que este país tem mais para oferecer e estamos dispostos a provar-vos isso com este artigo.
 
Portugal – o país na costa litoral da Europa
 
Em Portugal existem não só futebolistas e surfistas talentosos mas, e para surpresa de muitos, também alguns bons snowboarders, uma pequena estância de ski e muitos amantes de desportos de inverno. Maioritariamente trata-se de surfistas e bodyboarders, que no inverno pegam na prancha de snowboard. Muitos preferem praticar a modalidade de inverno na Serra Nevada ou nos Pirinéus. Mas a montanha de casa, que por muitos snowboarders locais é carinhosamente chamada “a nossa serrinha” é para a maior parte deles um lugar especial.
A Serra da Estrela fica situada bem no centro de Portugal, a mais ou menos 2 horas de carro do aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto. O ponto mais alto, a Torre, é onde se situa a pequena estância de ski com 1 telecadeira e 3 puxa-rabos, e fica a 1993 metros de altitude.
But the future is nature... e por essa razão deixarei a parte comercial de lado optando por vos apresentar o verdadeiro mundo da montanha lusitana. Antes de começarmos a snowtrip definimos a meta em explorar as gargantas e os rochedos de granito da serra. Fizemo-nos à estrada na terra dos descobridores em busca de atrações e deparámo-nos com um terreno bastante especial e de nível relativamente técnico. Antes de chegarmos a Portugal ainda caiu alguma neve que, de um dia para o outro ficou tão compacta que parecia estarmos na Antárctida. Não é motivo para admiração quando sabemos que na idade do gelo esta zona estava coberta por um glaciar com 70 Km2 de área e 80 metros de espessura. Durante a viagem as temperaturas matinais rondavam os 6 graus negativos, enquanto da parte da tarde chegavam aos 0 graus. Devido à ampla exposição encontramos simultaneamente neve em pó, neve dura e neve húmida.
 
1º dia:
O Marco, o Diogo e eu fomos logo descer as tão desejadas gargantas na vertente sul da serra. Através de uma subida de cerca de 45 minutos iniciada na estrada para a torre chegámos ao topo da montanha de onde pudemos escolher por uma das gargantas a descer.
 
 
2º dia:
Neste dia tínhamos como meta o vale de Loriga da vertente oriental da serra e a garganta da ponte. Quando nos preparávamos para esta última descida fomos interpelados por uma patrulha da protecção civil, que muito admirados nos perguntaram se tínhamos mesmo a intenção de descer por ali. Incrédulos, estes acabaram por ficar a assistir a nossa iniciativa com visível deleite.
 
 
3º dia:
O João pequeno, o Sérgio e o Luis Silvério, um fotógrafo de Lisboa, que não puderam estar connosco desde o início, juntaram-se finalmente a nós. De manhã cedo usámos a luz natural para voltar a descer as gargantas da vertente litoral-sul. A seguir decidimos utilizar a Senhora da Boa Estrela e a velha cabine do teleférico como pano de fundo para tirarmos algumas fotos. De tarde, para variar um pouco, construímos um kicker no Covão do Boi. Ao anoitecer, e antes de desfrutar da fantástica vista na Torre, tirámos ainda algumas fotos sob os relâmpagos do flash.
 
 
Conclusão:
Um viagem fascinante num país onde ninguém imaginaria ter ainda tanto para oferecer.



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